Parceira

Apple faz emissão histórica de US$ 17 bilhões em bônus

terça-feira, 30 de abril de 2013


Apple impressionou os mercados de dívida nesta terça-feira (30) com a maior emissão de dívida não bancária na história, de US$ 17 bilhões em bônus, como parte da mudança de estratégia da gigante norte-americana da computação para aplacar acionistas inquietos.
Fontes disseram que investidores quase não conseguiram registrar pedidos com velocidade suficiente para entrar na emissão de bônus da Apple, a única grande companhia do setor tecnológico sem um centavo de dívida em seu balanço até agora.Apenas uma semana após anunciar aprimeira queda em seu lucro trimestral em uma década, a Apple foi ao mercado com uma imensa operação para captar recursos para um ambicioso programa que vai reverter US$ 100 bilhões a detentores de ações da companhia.
A operação de seis tranches (parcelas), todas denominadas em dólares, atraiu mais de US$ 50 bilhões em pedidos até o meio-dia em Nova York - um montante imenso de demanda até no atual clima agitado dos mercados de dívida.
"Todos querem a Apple em seu portfólio", disse o gestor do First Investors Management, Rajeev Sharma, ao IFR, um serviço da Thomson Reuters.
O montante de US$ 17 bilhões supera facilmente a transação que ocupava o posto de maior emissão da história, segundo dados da Thomson Reuters/IFR, um acordo de US$ 14,7 bilhões da AbbVie, empresa resultante de uma cisão da Abbott Laboratories, em novembro de 2012.
Mais cedo nesta terça-feira, uma fonte disse que a Apple informou a possíveis investidores que essa seria a única operação de dívida da companhia no ano, aparentemente descartando esperanças de emissões em euros ou libras esterlinas, e ajudando a alimentar a demanda pela megatransação que foi coordenada por Deutsche Bank e Goldman Sachs.
Embora a Apple tenha US$ 145 bilhões em caixa, apenas US$ 45 bilhões estão prontamente disponível nos Estados Unidos - o que significa que a Apple precisa captar cerca de US$ 60 bilhões ao longo dos próximos três anos para financiar o programa de retorno de capital aos seus acionistas.
Analistas sugerem que ir aos mercados de dívida agora faz sentido com juros próximos a mínimas históricas.
Mas a fabricante dos icônicos iPad e iPhone não foi capaz de conquistar ratings "AAA" das agências de classificação de crédito. A Standard & Poor's classificou a companhia em "AA+" e a Moody's, "Aa1".
Mesmo assim, o imenso interesse de investidores permitiu que a Apple reduzisse o yield (rendimento) de todas as tranches da emissão - que têm prazo entre 3 e 30 anos - em cinco pontos básicos, desde as sugestões iniciais de preço no lançamento da operação.
A Apple vendeu US$ 1 bilhão em notas de três anos e rendimento variável, US$ 1,5 bilhão em notas de três anos e rendimento fixo, US$ 2 bilhões em notas de cinco anos e rendimento variável, US$ 4 bilhões em notas de cinco anos e rendimento fixo, US$ 5,5 bilhões em notas de 10 anos e rendimento fixo e US$ 3 bilhões em notas de 30 anos e rendimento fixo.

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